...e deixa pra lá a saudade...

vem o vento e sopra na nuca sensação de liberdade
rufa o tambor, bate a gunga e deixa pra lá a saudade
ausência demasiada na construção da rotina

penso quieta e fico calada
e lá vem ela - a madrugada.

deixo sentir-me só em nó de amor platônico
num castelo embriagado de perguntas
frágil como a certeza e longe de ser uma reta

pouco do que se tem na hora que não convém
é glória para o coração e só assim se reverbera

uma amizade sem fim e sem pudor
sem tempo e sem distância
nem pra mim e nem pro senhor.

mania periférica, centro instante
nos pensares que me fazem ausente

tenho a clara percepção de sempre
de que você me pinta e eu danço
sem medo de ser esse encanto.

rufa o tambor, bate a gunga e deixa pra lá a saudade.







Nenhum comentário:

Postar um comentário