pela manhã

insisto na tua lida amaciando-te de anedotas com bons risos à primeira hora da manhã e tudo o que não fazia sentido ficou esclarecido. agora me faz carinho e me diz ao pé-do-ouvido com clareza.

não é sintético nem prolixo, é a medida exata do meu tesão.

ser sol

ela se cansa, pensa, dança
achada numa inconstância
entre o sonho e a realidade.
coisa bruta e quase maldade...

antes fosse uma partida de futebol,
pudera ser, só não o faria
tratado sem pudor e à regalia.

era copo estilhaçado à beira da rua
os gritos compartilhavam a histeria da rotina
baixa neblina e o sol cobria toda a cidade
tudo o que ela queria era ser o sol

não há negação em ritmos tão absolutos
a paz era utopia dos tantos anos
embebidos pelo tal do amor.

whatever

torpor.
viva o paradoxo.
entre um estado e outro,
não chegue a extremos.
tome um gole de vinho.
encha a casa de alegria,
seja um titã,
faça da rua, sua vida.
sintonize-se.
e taca o foda-se.
(no bom sentido)

coisa que
quando for
onde estiver
seja assim
amor
paz
água
verde
sorriso
gritos
dança
fogo
sol
terra
sal

iceberg
música

...whatever...
dura na queda
morra de rir,


para chico.



normal

onde foram parar as minhas botas??
não pare de pensar, vou buscar meu capelo e ver o que faço com o meu diploma...
não sei o que pendurar na cabeça: se idéias ou fatos. 
essa lata de coca-cola vazia...
esse maço de cigarro na pia...
essa torneira que pinga de noite e de dia...
esse telefone que não toca...
essa cruz na tua porta...
essa insônia que insiste...
essa segunda que resiste...
essa tarde que sufoca...
e tudo está para lá de normal.


à tua risada alta ou algo parecido

ê noite de segunda-feira que em mim adentra e não sai mais. tão pequenina tormenta de idéias...onde me fora tão clemente? pensei por um instante que o silêncio pudesse me deter pelos desenhos, mas nada me tira da cabeça a tua risada alta. o que foi que fizestes com minha a digna esperança? penso por quantas vezes ainda você aparecerá em minhas lembranças.
na minha calma, há força e sensatez e, por vezes, uma possível estupidez. não sei se deus ou destino, ou outra força qualquer... Talvez o pensamento produzido por uma série de cansaços num período intermitente, numa conduta indiferente da vida para comigo. toda vez me deitava, lia, orava, chorava na fonte do meu pensar e pedia aos astros mais que completos na trajetória de sua existência que me levassem daqui para um outro lugar, pois em tom modesto não me via em cena citadina local. queria era ganhar o mundo, percorrer mais trechos e me deitar embaixo de uma árvore centenária para da sua sombra me banhar.
e eis que você veio, chegou bem no meio do meu anseio e me pôs em dúvidas sem sequer me questionar se poderia arrebentar com minha alma ou se tudo posto seria calma, ou se abrigo, ou se trabalho, ou se exagero, ou se simplesmente...era coisa da minha mente. não sei se em grandes alturas, não sei se plaino, não sei se água, só sei que sonho com algo parecido com a tua risada.
então tudo se arrebatou numa condição sensata. nada de serenata! - gritei. tudo passou de imaginação, daquelas enormes existências das teorias psicanalíticas e nenhuma delas transformaria a realidade nem em passos largos... pois depois disso, sentei-me confortavelmente e deixei vagar a minha mente em cada ponto do inexato sistema límbico.
assoprei com toda força àquelas idéias toscas que me encaloravam todo o corpo e numa finita clausura deixei escorrer o suor pelo rosto amenizando toda a corrente dos mais antigos planos. assim, depois de tudo ir, recolhi todos os desenganos, abri o caderno vermelho, tracei linhas paralelas e desenhei o movimento do que é lento, quieto e solidez. daí busquei coragem para acabar com tudo de vez e, não obstante, veio uma inspiração sagaz, uma vontade de dizer, uma coisa de escrever e as cenas do teatro não paravam de me chegar...

imperativo

apressa-te nesta calma
onde tudo em minh'alma
tem seu cheiro e seu sabor

venha nesta firmeza
onde tudo com clareza
é ouvido e sentido com amor

chega de platonismo
sou tua em infinito
é chegar e me tomar de anseios

traga-me certezas
dou-te meu ser em cestas
tens no prazer, todos os meus devaneios

meus que vieram para os seus
com melodia transcendente
embaixo d'água e por todo o céu servente

me queira.